Estudo revela preconceito de género no empreendedorismo tecnológico

Um inquérito realizado a estudantes e docentes do ensino superior de cinco países europeus revela que existe preconceito de género no empreendedorismo tecnológico. Cerca de 63% das inquiridas assume ter sofrido preconceito de género. Este estudo foi conduzido pelo projeto Erasmus+ HerTechVenture, do qual a INOVA+ faz parte.

Estudo revela preconceito de género no empreendedorismo tecnológico

Co-financiado pela Comissão Europeia no âmbito do programa Erasmus+, o projeto HerTechVenture tem como objetivo aumentar o número de estudantes do sexo feminino a criar empresas nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Para isso, o consórcio do projeto inclui instituições de ensino superior, associações e outras entidades dos ecossistemas de educação e empreendedorismo de Portugal, Grécia, Espanha, Itália e Polónia.

A INOVA+ e o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) participaram no estudo, que aplicou a Teoria da Autodeterminação para explorar a motivação intrínseca e seu efeito na atitude e comportamento. Foram aplicados inquéritos a 768 estudantes e 172 docentes universitários.

Preconceitos de género dissuadem as mulheres de seguir carreiras em tecnologia

Os dados recolhidos destacaram barreiras significativas, como preconceitos de género, estereótipos e dificuldades em conciliar trabalho e família, que desmotivam as mulheres a seguir carreiras em tecnologia e empreendedorismo. Especificamente, 76,1% das inquiridas destacaram a falta de recursos necessários, 63,1% experimentaram preconceito de género e 69,8% relataram dificuldades no acesso a financiamento, todos fatores que constituem barreiras críticas ao empreendedorismo.

Além dos inquéritos, foram entrevistadas 14 mulheres com carreiras consolidadas como empreendedoras e profissionais na área STEM. As entrevistas enfatizaram a importância da motivação intrínseca para superar dificuldades e alcançar satisfação profissional. Condições como autoconhecimento, autoconfiança e uma rede de apoio de pares foram consideradas essenciais pelas entrevistadas.

Atenção política é fundamental para combater o preconceito de género

Esta investigação sublinha a necessidade crítica de intervenções direcionadas para apoiar as mulheres na tecnologia e no empreendedorismo, destacando a necessidade de abordar questões sistémicas e enfatizando a importância de criar ambientes educativos mais inclusivos. Os resultados reforçam a necessidade de se implementarem estratégias que não só promovam a igualdade de género, mas que também ajudem a derrubar as barreiras enfrentadas pelas mulheres nestes campos.

Com base nas conclusões do estudo, o projeto HerTechVenture alerta que, para fomentar a igualdade de género no empreendedorismo nas áreas temáticas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), é fundamental que aumente a atenção política sobre este tema, especialmente nos países em desenvolvimento.

Projeto HerTechVenture fomenta a igualdade de género no empreendedorismo

O consórcio está a desenvolver um novo modelo de educação para promover as competências necessárias para que as estudantes se tornem empreendedoras no futuro. Os esforços focar-se-ão em desenhar intervenções culturalmente sensíveis e inclusivas de género que abordem especificamente os desafios identificados na análise de necessidades.

O projeto HerTechVenture é liderado pela fundação polaca Perspectives Foundation. Além dos portugueses INOVA+ e IPG, o consórcio inclui a associação grega Stimuli for Social Change, a Universidade da Macedónia (Grécia), a Universidade de Salamanca (Espanha) e o Politécnico de Torino (Itália).

Sabia que a INOVA+ tem uma equipa dedicada à cooperação para o desenvolvimento de competências de formação e educação? Esta equipa trabalha projetos europeus, em contexto de educação escolar, de adultos, ensino superior e formação de profissionais. Saiba mais aqui!